O poder da Gratidão
Depois de estarmos a conversar durante alguns minutos, senti que a conversa que querias ter, não era a que estávamos a ter. Que havia algo que querias falar, mas que ao mesmo tempo era uma conversa que te custava iniciar. E eis que de repente me dizes. Sabes porque estou aqui? Porque quero que me ajudes a perder o medo! Esse medo que me bloqueia, que não me deixa dormir à noite e que me acompanha onde quer que eu esteja.
Por detrás deste meu aparente sucesso existe o medo de falhar, o medo de deixar de ser importante para a minha empresa, o medo da minha família se habituar a viver com as minhas ausências, o medo de perder a minha identidade, e transformar-me em algo que nem sei se quero ser.
Enquanto te ouvia percebia o quão doloroso tudo isto era para ti. Pela forma como as tuas mãos suavam, pela voz rouca e pausada, pelo olhar triste que se apoderava de ti.
A partir desse momento entramos numa conversa sobre medo, e sobre o papel na gratidão, como antidoto do medo.
A gratidão, ao contrário do medo, não nos paralisa. A gratidão ensina-nos a estar atentos a tudo de positivo que nos acontece, seja ele abraçar os nossos filhos, assistir ao pôr do sol, saborear um café ou comemorar um sucesso profissional.
Enquanto te dizia isto, via que esboçavas um sorriso, mas que por detrás desse sorriso, continuavas a perguntar-te como é que isso se consegue. Embora racionalmente te fizesse sentido, emocionalmente sabias que não era fácil.
A pressão para o sucesso, a expetativa que criamos em nós próprios e nos outros, e todo o sistema à nossa volta, torna-nos naquilo que conseguimos ser.
Mas será que é mesmo assim? Será que, se em vez de começarmos o dia a pensar em tudo que pode correr mal, pensarmos em todas as oportunidades que vamos ter, não conseguiremos ser mais felizes? Será que, se quando estivermos a tomar o pequeno almoço, pensarmos em todas as pessoas que tornaram possível esse momento, e como seria bom poder agradecer-lhes, não nos torna mais humanos? Será que se no final do dia dedicarmos 5 minutos a escrever todos as coisas que a vida nos deu, não passaremos a ser mais agradecidos?
Eu acho que sim! Tal como acho que temos a liberdade de escolher, se queremos atuar a partir do medo ou da gratidão!